segunda-feira, 6 de julho de 2009
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O sofrimento não tem
nenhum valor
Não acende um halo
em volta de tua cabeça, não
ilumina trecho algum
de tua carne escura
(nem mesmo o que iluminaria
a lembrança ou a ilusão
de uma alegria).
Sofres tu, sofre
um cachorro ferido, um inseto
que o inseticida envenena.
Será maior a tua dor
que a daquele gato que viste
a espinha quebrada a pau
arrastando-se a berrar pela sarjeta
sem ao menos poder morrer?
A justiça é moral, a injustiça
não. A dor
te iguala a ratos e baratas
que também de dentro dos esgotos
Poema composto por uma nona e duas oitavas e versos livres. É feito em 1ª pessoa, utilizando o Presente do Indicativo, deixando a entender que o poema está falando com o leitor e quer mostrar o que ele está sentindo.
Na primeira estrofe cita-se um contraste da alegria – “O Sofrimento”. O poema afirma que não há um grande feito em sofrer. O poeta enuncia este termo, possivelmente, a forma como a mente humana pensa no que significaria a palavra alegria, porém se nos remetermos a uma análise mais psicológica, ele quer dizer que um corpo não vale de nada se não houver alegria. E esta alegria é comparada a uma luz, que é trabalhada com diferentes significados ao longo da estrofe. É como
Na segunda estrofe existe uma comparação do homem com animais. Esta comparação também fala possivelmente de seu círculo social, pois, enfatiza em seus versos a dor, vista em três nuances diferentes: a dor dele, a dor do seu melhor amigo (cachorro) e a dor do seu inimigo (gato).
Então, na terceira estrofe, pode-se concluir que todos têm direito a alegria, não interessa o credo, a classe social, a cor, ou mesmo na pior situação em que podem se encontrar.
Sendo assim, pode-se resumir o entendimento do poema com o seguinte pensamento: “A sua dor não é maior que a do outro”, ou seja, não nos cabe julgar ou tentar fazer comparações com o que você sofre ou o outro. No fim das contas, todos almejam ser felizes.
Um comentário:
Mas geordano tú és muito Poeta, hein!
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